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Saturday, March 2, 2013

Jafar Panahi condenado pelos tribunais do Irão


Não é a primeira vez que os tribunais do Irão condenam o cineasta Jafar Panahi (nascido em Mianeh, 1960). Agora, o realizador de O Círculo (2000), Crimson Gold (2003) e Offside (2006) recebeu uma pena de seis anos de prisão, acompanhada da proibição de, durante vinte anos, dirigir ou produzir filmes, deslocar-se ao estrangeiro e dar entrevistas.
De acordo com informações divulgadas pela sua advogada, Farideh Gheyrat, Panahi, que nunca escondeu o seu apoio ao Movimento Verde, da oposição iraniana, foi condenada por "actividades" e "propaganda" contra o regime — Gheyrat anunciou também que vão recorrer da sentença. Hamid Dabashi, professor de estudos iranianos na Universidade de Columbia, resumiu a situação em declarações ao jornal The Guardian: "É uma catástrofe para o cinema do Irão. Panahi está agora exactamente na fase mais criativa da sua vida e, silenciando-o num momento tão sensível, estão a matar a sua arte e o seu talento."
Várias vezes distinguido nos grandes festivais internacionais, Panahi recebeu o Leão de Ouro em Veneza/2000, com O Círculo, e o Urso de Prata de Berlim/2006, com Offside. Em Maio de 2010, impossibilitado de sair do Irão para participar no júri oficial de Cannes, a sua ausência foi sinalizada, na cerimónia de encerramento, por uma cadeira vazia com um cartaz com o seu nome [apresentado por Juliette Binoche].

Thursday, September 6, 2012

Jafar Panahi: solidariedade que vem de Berlim


A condenação do cineasta Jafar Panahi pelo regime iraniano tem suscitado muitas reacções de protesto do meio cinematográfico internacional. Agora, é o Festival de Berlim que anuncia uma série de iniciativas de solidariedade com Panahi, desde a exibição dos seus filmes a um debate sobre a censura com a participação de diversos artistas, incluindo cineastas iranianos.
Recorde-se que o certame, na sua 61ª edição, decorre entre 10 e 20 de Fevereiro — o júri oficial será presidido por Isabella Rossellini.

Sunday, June 26, 2011

A defesa do cineasta iraniano Jafar Panahi


A condenação do cineasta iraniano Jafar Panahi está a suscitar um profundo movimento de indignação e protesto na comunidade cinematográfica internacional.
Na Internet, está disponível uma petição ("O cineasta Jafar Panahi não deve voltar para a prisão"), protestando contra a perseguição de que é alvo, recordando que "o poder iraniano pôs a funcionar uma verdadeira máquina de guerra visando destruí-lo, encerrá-lo e constrangi-lo ao silêncio" e apelando à mobilização de "cineastas, actores e actrizes, argumentistas e produtores, todos os profissionais de cinema, bem como todos os homens e mulheres defensores da liberdade e para quem os direitos do homem são fundamentais". Entre os patrocinadores da petição, incluem-se os festivais de Cannes e Locarno, a Cinemateca Francesa e as revistas Positif e Cahiers du Cinéma. Nos EUA, várias personalidades de Hollywood, incluindo Steven Spielberg, Francis Ford Coppola, Robert Redford e Martin Scorsese, juntaram também a sua voz à exigência de liberdade para Panahi.
Serge Toubiana, director-geral da Cinemateca Francesa, publica no seu blog um documento a que teve acesso, transcrevendo o discurso de defesa de Panahi perante os seus juízes. São desse discurso as seguintes palavras:

>>> "(...) eu, Jafar Panahi, declaro solenemente que, apesar dos maus tratos que ultimamente recebi no meu país, sou iraniano e quero viver e trabalhar no Irão. Amo o meu país e já paguei o preço desse amor. Em todo o caso, tenho outra declaração a acrescentar à primeira: sendo os meus filmes as minhas provas irrefutáveis, declaro acreditar profundamente no respeito dos direitos dos outros, na diferença, no respeito mútuo e na tolerância. É a tolerância que me impede de julgar e odiar. Não odeio ninguém, nem mesmo os meus interrogadores porque reconheço a minha responsabilidade em relação às gerações do futuro."