É uma imagem de um Natal nas Filipinas: mãe e filho, em Manila, aguardam numa fila pelos sacos de comida oferecidos por um filantropo — é uma das fotografias do dia [23 Dez.] no blog de fotojornalismo do New York Times; o seu autor é Noel Celis, da agência France-Presse.
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Wednesday, February 27, 2013
Friday, February 15, 2013
Denis Dutton (1944 - 2010)
Natural de Los Angeles, professor universitário em Christchurch, Nova Zelândia, Denis Dutton foi um notável promotor da divulgação do saber através da Internet — faleceu no dia 28 de Dezembro, vitimado por cancro, contava 66 anos.
Formado na Universidade da Califórnia, Santa Barbara, leccionou em várias universidades americanas, antes de emigrar para a Nova Zelândia. Muitos dos seus trabalhos e intervenções públicas tiveram por objecto as relações entre os contextos históricos e a expressão artística: The Art Instinct: Beauty, Pleasure, and Human Evolution, publicado em 2009, ficou como a sua súmula: o site deste livro exemplifica o seu gosto pela Net e a importância que atribuía às suas potencialidades de divulgação e reflexão. Neste aspecto, a sua maior herança é o Arts & Letters Daily, dedicado à discussão filosófica, artística e crítica, bem como à emergência de novas linguagens.
>>> Site pessoal de Denis Dutton.
>>> Obituário no New York Times.
Tuesday, January 22, 2013
O pensamento normalizado do cinema
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"O cinema é uma invenção sem futuro." — a frase de Louis Lumière citada em Le Mépris/O Desprezo (1963), de Jean-Luc Godard |
1. Numa procura na Net, sou conduzido à versão portuguesa do IMDB e, através desse site, a um texto sobre o filme Burlesque, publicado no blog Portal de Cinema. Cito o começo: "Os ilustres musicais Moulin Rouge! (2001), Chicago (2002) e Nine (2009) são raros exemplos de recentes musicais norte-americanos que realmente convenceram a crítica com a sua qualidade narrativa e musical."
2. De que falamos quando resumimos assim as opiniões da "crítica"?
3. Há dois ou três factos objectivos que vale a pena recordar. Entre muitas outras hipóteses, lembremos: a desencantada crítica de Nine publicada no New York Times; o indignado texto do Le Monde que considera o filme "insultuoso" em relação ao cinema italiano que nele se evoca; enfim, se me permitem, algumas linhas algo cépticas publicadas no Diário de Notícias e reproduzidas neste mesmo blog.
4. Não quero, no entanto, favorecer a ideia de que o problema é a discussão dos méritos ou deméritos de Nine (ou qualquer um dos títulos citados). Nem se trata de lançar qualquer anátema sobre o blog onde o texto surgiu — ninguém duvida que os seus responsáveis trabalham com empenho e dedicação, procurando celebrar o cinema e a sua diversidade. O que está em causa é uma ideologia "informativa" de que o referido blog é apenas um elo circunstancial.
5. O que prevalece (e, mais do que nunca, importa questionar) é essa noção pueril segundo a qual é possível resumir o labor da "crítica" através de generalizações deste género — "eles" disseram bem/mal do filme.
6. Ora, o ponto é que não há nenhuma razão conceptual, filosófica ou argumentativa que justifique tais generalizações. Mesmo quando um filme parece suscitar formas de unanimidade, existem sempre profundas diferenças de tom, perspectiva e linguagem no modo como se relacionam com o filme — e, mais do que isso, no modo como apostam em estabelecer uma relação com o seu leitor. A palavra decisiva é sempre essa: relação.
7. Um dos filmes que, em tempos recentes, gerou mais leituras realmente complexas e motivadoras foi A Rede Social. Leia-se, por exemplo, a crítica publicada pela Rolling Stone, a par da do Libération. Concluir apenas que ambas dizem "bem" do filme acaba por ser uma menorização das singularidades de pensamento de cada uma delas — e, no limite, das singularidades do próprio filme.
8. Sites como o IMDB (ou, por exemplo, o Rotten Tomatoes) passaram a desempenhar uma função normativa do pensamento do cinema e sobre o cinema — em boa verdade, obedecendo a uma ideologia da quantificação que, nas suas raízes, difere pouco da que, habitualmente, enquadra os números das audiências televisivas. Mesmo que possamos valorizar algumas componentes de tais sites (pela acumulação de informação mais ou menos útil, embora trabalhada segundo matrizes muito esquemáticas), quando tudo se resume a generalizações deste tipo, a começar pela caracterização da "crítica" como um rebanho, isso significa que já ninguém pensa as próprias diferenças que nos aproximam e separam — até porque é a partir de tais diferenças que qualquer diálogo inteligente se pode desenvolver.
9. Num espaço de intervenção sobre o cinema em que a crítica não passa de uma caução para proclamar que os filmes são "bons" ou "maus" (como se cada espectador não tivesse cabeça para pensar por si), então a cinefilia definha — em boa verdade, morre.
9. Num espaço de intervenção sobre o cinema em que a crítica não passa de uma caução para proclamar que os filmes são "bons" ou "maus" (como se cada espectador não tivesse cabeça para pensar por si), então a cinefilia definha — em boa verdade, morre.
Sunday, October 14, 2012
James Moody (1925 - 2010)
Foi um dos grandes saxofonistas ligados à época do be-bop: James Moody, natural de Savannah, Georgia, faleceu no dia 9 de Dezembro, em San Diego, Califórnia, vitimado por um cancro no pâncreas — contava 85 anos.
O princípio da sua carreira esteve muito ligado a Dizzy Gillespie. Iniciou-se no catálogo da Blue Note em 1948, tocando saxofone e flauta. Nesse mesmo ano, reagindo a ambientes racistas, decidiu mudar-se para a Europa, onde permaneceu durante três anos; foi nesse período que gravou Moody's Mood for Love, improvisação baseada no popularíssimo I'm in the Mood for Love, que se transformaria numa imagem de marca de toda a sua trajectória no jazz. Na sua longa discografia emerge, como fundamental colectivo, o James Moody Quartet, com Renee Rosnes (piano), Todd Coolman (baixo) e Adam Nussbaum (bateria). No passado mês de Novembro, Moody revelou publicamente que sofria de cancro e decidira não fazer tratamento por quimioteraptia.
>>> Numa montagem apenas fotográfica, este é o tema Easy Living, do álbum Don't Look Away Now (1969).
>>> Obituário no New York Times.
>>> Site oficial de James Moody.
Monday, August 27, 2012
14 actores (um realizador e um músico)

Filme e música. São ao todo 14 actores (entre os quais nomes como os de Tilda Swinton, James Franco, Matt Damon ou Natalie Portman), em 14 clips, com realização de Solve Sandsbro. A acompanhar as imagens, música assinada por Owen Pallett. Com o título 14 Actors Acting, a ideia resulta de uma ideia do New York Times.
Imagens dos filmes protagonizados por, respectivamente, Tilda Swinton, Jessee Eisenberg e James Franco. Podem ver a série completa no site do New York Times.
Wednesday, January 4, 2012
Joe Gores (1931 - 2011)
Escritor de romances policiais, autor de Spade & Archer (2009), uma "prequela" do clássico The Maltese Falcon, de Dashiell Hammett, Joe Archer faleceu no dia 13 de Janeiro em Greenbrae, California — contava 79 anos.
Ganhou o Edgar Award de melhor primeiro romance com A Time of Predators (1969). Desde Dead Skip (1972), alguns dos seus romances mais populares, conhecidos pela designação "DKA Files", envolvem a Dan Kearny and Associates, entidade ficcional constituída por detectives privados. Dashiell Hammett (1894-1961) foi sempre o seu modelo inspirador, a ponto de ter publicado um romance, Hammett (1975), recriando o seu trabalho na célebre Pinkerton National Detective Agency, no período 1915-22. Editado em Portugal, em 1982, pela Relógio de Água, Hammett seria adaptado ao cinema — Hammett, Detective Privado (1982) [cartaz francês] — numa realização de Wim Wenders, com produção de Francis Ford Coppola.
>>> Obituário no New York Times.
Friday, September 2, 2011
Captain Beefheart (1941 - 2010)
O seu nome verdadeiro era Don Van Vliet, mas entrou na história do rock como Captain Beefheart — compositor, cantor, poeta, artista multifacetado, estranho a todas as ortodoxias, faleceu a 17 de Dezembro no Northern California Hospital, contava 69 anos.
Nunca foi um cantor de sucessos(s), mas a sua capacidade de integrar as mais variadas influências (blues, free jazz, rock psicadélico, etc., etc.), transfigurando-as de forma exuberante e provocatória, conferiram-lhe um estatuto de referência nas convulsões das décadas de 1960/70, acabando por se transformar também num dos pais simbólicos da New Wave e do punk. A sua iniciação na música, ainda adolescente, passou pela amizade e colaboração com Frank Zappa (1940-1993) — foi Zappa que sugeriu a Van Vliet o nome artístico "Captain Beefheart"; quando Zappa fundou os Mothers of Invention, Van Vliet assumiu-se como Beefheart e criou a sua Magic Band. Trout Mask Replica (1969) é habitualmente citado como o seu álbum mais importante. Em 1982, Van Vliet abandonou a música, dedicando-se por inteiro à pintura.
>>> Ice Cream for Crow, do álbum homónimo de 1982, o último de Captain Beefheart — Don Van Vliet assina a realização.
>>> Obituário no New York Times.
>>> Biografia, música, imagens: The Captain Beefheart Radar Station.
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