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Monday, March 18, 2013

A ciência, segundo Philip Glass


Não é a primeira vez que Philip Glass toma um homem da ciência como objecto central de uma ópera sua. Fê-lo não há muito tempo com Galileu Galilei e, logo em 1974 (na sua grande primeira experiência de música para palco) no hoje clássico Einstein On The Beach. Agora aproxima-se a edição em disco (através da sua Orange Mountain Music) de Kepler, uma ópera baseada na vida do físico que descobriu importantes leis que regem o comportamento de corpos no espaço. A ópera, que teve estreia na Brooklyn Academy Of Art em 2009, Kepler chega a disco numa gravação com Brukner Orchester Linz, dirigida por Dennis Russel Davies.

Thursday, July 19, 2012

Novas edições: Darkstar, North


Darkstar
“North”
Hyperdub
5 / 5

O nome da banda sugere desde logo uma ideia de escuridão. A capa define um clima industrial. E o som tudo confirma, fazendo de North uma das mais interessantes estreias em álbum desta recta final de 2010. Naturais de Manchester, entretanto, com residência fixada no Norte de Londres, os Darkside nasceram há poucos anos em clima dubstep, mas aos poucos, e sem esquecer as raízes da sua identidade primordial, foram tacteando outros caminhos. E agora, na hora em que apresentam o seu álbum de estreia, os propõem-nos um álbum tenso e intenso que abre outros horizontes por trilhos que podem encontrar referências de partida ora na música de um Burial ou Portshead (fase ‘3’) ou em ecos mais distantes, mas aqui claramente assimilados, das faces mais assombradas da música de uns Human League ou OMD nas suas gravações em inícios dos oitentas. De resto, um dos temas centrais do alinhamento de North não é senão uma versão, de alma sombria, de um lado B que os Human League revelaram em 1982 na outra face de Fascination, agora simplesmente rebaptizado como Gold. A dupla James Young / Aiden Walley, que além de assinar todos os temas (salvo o dos Human League) também produz o disco, define em torno das composições uma ideia de cenografia atenta ao detalhe. A voz sublinha a melancolia das canções, optando essencialmente por uma postura discreta, não deixando de brilhar quando, no tema-título, ganha outra intensidade emocional (quase evocando o tom fantasmático de uns Legendary Pink Dots). É um disco assombrado, que por vezes ecoa Philip Glass, outras as texturas para teclados de uns In The Nursery, do encontro entre as estruturas rítmicas, as texturas e as linhas que definem o protagonismo na evolução das canções surgindo um entendimento que nos coloca perante uma espantosa revelação.

Saturday, April 28, 2012

As quatro estações (americanas)

Editado pela Orange Mountain Music, em gravação pela London Philharmonic Orchestra, dirigida por Marin Alsop, eis que chega a disco o segundo concerto para violino de Philip Glass. Como solista surge aqui Robert McDuffle.

Foi sob um desafio de encontrar uma projecção americana (ou ecos) das Quatro Estações de Vivaldi que Philip Glass compôs o seu Concerto Para Violino Nº 2, que tem por sub-título The American Four Seasons. Terminado (e estreado) em 2009, o concerto resulta da materialização de anos de trocas de ideias entre o compositor e o vilolinista Robert McDuffle (a quem é dedicado e que não só o estreou como aqui agora o grava). Como recorda Philip Glass no texto que inclui nesta edição, foi do violinista que partiu a proposta de criação de uma obra companheira para as Quatro Estações de Vivaldi. Sem reconhecer a início quais seriam as possíveis ligações a estabelecer entre a obra de Vivaldi e a sua música, Glass fez o que sempre faz: lançou-se ao trabalho. A forma final do concerto revela uma obra em quatro andamentos, separados por três “canções”, antecedidos por um prólogo. São assim quatro as estações, tantas quanto as de Vivaldi (e as do ano). Mas aqui Glass não aplicou um programa que as caracterizasse, aos músicos (e também aos ouvintes) cabendo a liberdade de cada uma projectar a "estação" que quiser na “estação” que entender, a quantidade de permutações possíveis alargando matematicamente o leque de interpretações possíveis do concerto. A ideia de liberdade que Glass define nesta sua visão “americana” de uma música que passa por quatro estações abarca ainda o prelúdio e canções, que, como explica ainda o compositor, podem ganhar vida fora do quadro do próprio concerto. Sob a esclarecida batuta de Marin Alsop, que se tem afirmado como uma das mais interessantes figuras de proa na divulgação da música americana (gravou já obras de nomes como Barber, Bernstein, Adams, Copland, Daugherty e do próprio Glass), a London Philharmonic Orchestra dá vida a uma das mais cativantes das obras recentes de Philip Glass. Agora cada um que escolha que estação corresponde a cada andamento...



Imagens, captadas em Londres, de ensaios deste concerto. A maestrina e o violinista reflectem também aqui sobre esta obra de Philip Glass.