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Saturday, November 24, 2012

O regresso de Gustavo Dudamel


Gustavo Dudamel está de visita a Lisboa pela terceira vez. E hoje e amanhã estará no Grande Auditório da Fundação Gulbenkian à frente da Los Angeles Philarmonic, orquestra que dirige desde Outubro de 2009.

Nas duas visitas anteriores o maestro surgiu acompanhado por duas outras orquestras. Na primeira visita, em Abril de 2009, levou ao Coliseu dos Recreios a Orquestra Sinfónica Juvenil Simón Bolívar, aquela mesma que o formou e depois lhe deu fama internacional. O ambiente vivido no Coliseu recriou em tudo o clima de euforia que é já quase uma imagem de marca para as actuações desta orquestra juvenil venezuelana. Mais tarde, já na recta final de 2009, Dudamel regressaria para estrear a Orquestra Juvenil Ibero-Americana, criada segundo princípios semelhantes aos que o ‘el sistema’ venezuelano de orquestras promove desde os anos 70 e de que Dudamel é o rosto mais representativo. Agora o jovem maestro traz consigo uma orquestra quase centenária.

Hoje, no primeiro concerto, Dudamel dirige Slonimsky's Earbox, de John Adams, a Sinfonia nº 1, Jeremiah, de Leonard Bernstein, e a Sinfonia nº 7, em Lá maior, op. 92 de Beethoven. As duas primeiras obras acabam de ser editadas em disco em mais um título da série digital da Deutsche Grammophon, já em gravação com a LA Philharmonic. A sinfonia de Beethoven foi uma das duas obras que o maestro incluiu no seu primeiro disco com a Orquestra Sinfónica Juvenil Simón Bolívar, em 2005. Amanhã, pela mesma hora, o programa inclui a Sinfonia Nº 9 de Gustav Mahler.

Monday, July 2, 2012

No regresso de Gustavo Dudamel (parte 2)


N.G.: E, ao segundo dia, algo completamente diferente. Depois de uma noite vivida entre a música de Adams, Bernstein e Beethoven, que assinalou a estreia da presente primeira digressão internacional da Los Angeles Philramonic com Gustavo Dudamel (o seu director musical desde Outubro de 2009), o segundo concerto no Grande Auditório da Fundação Gulbenkian propôs a Sinfonia Nº 9 de Gustav Mahler, naquela que foi a primeira vez que a orquestra e maestro a apresentaram fora do Walt Disney Concert Hall, a sua “casa” (onde, acrescente-se, a interpretaram já este ano).

Obra sinfónica de proporções monumentais, composta num período de pesadas sombras na vida de Mahler [retrato], a Sinfonia Nº 9 reflecte contudo um sentido de esperança (de resto não alheio a outras reflexões anteriores do compositor). Gustavo Dudamel deixou claro uma vez mais porque vive hoje o estatuto que o trabalho nos anos mais recentes lhe proporcionou. Sem evitar nunca o seu modo muito físico de respirar os momentos que dirige, comunicando permanentemente aos músicos essa sua reconhecida vontade de neles encontrar a mais profunda e viva expressão das suas energias, Dudamel mergulhou na música de Mahler ora libertando as cores da carga bucólica do segundo andamento ou as atmosferas mais elaboradas das paisagens urbanas que visita no terceiro, encontrando depois expressões mais profundas da melancolia que domina os primeiro e quarto andamentos, a longa pausa que se seguiu à última nota (sinal da inequívoca comunhão que se viveu entre uma plateia completamente cheia e os músicos em palco) garantindo a todos, depois de tão intensa experiência, o tempo necessário para o regresso ao aqui e ao agora.

Desta vez não houve encores (na véspera foram dois), mas os aplausos em pé uma vez mais agradeceram devidamente a Dudamel (e desta vez à LA Philharmonic). Hoje mesmo actuam em Madrid. Ainda esta semana estarão em Colónia e Londres. Pouco depois Paris, Budapeste e Viena, terminando esta intensa série a 5 de Fevereiro.

Entretanto vale a pena ir acompanhando a digressão da LA Philharmonic através do blogue oficial da orquestra. Da passagem por Lisboa há referências, ainda sob o natural efeito da diferença horária, a passeios pelas ruas da cidade, uma visita ao Castelo de S. Jorge, bacalhau e, claro, os ensaios e concertos.


J.L.: Em 1909, quando Gustav Mahler concluiu a sua nona sinfonia, vivia-se um tempo de muitas imaginações, técnicas e humanas, poéticas e trágicas, em que todas as narrativas se agitavam, fascinadas pela vertigem que imaginavam para o mundo — ou que o mundo lhes fazia imaginar.
Nesse mesmo ano, por exemplo, Marcel Proust [retrato] começava a escrever À Procura do Tempo Perdido (cuja publicação se iniciaria em 1913, cerca de dois anos passados sobre a morte de Mahler). No cinema, pioneiros como David W. Griffith mostravam que o filme podia ter uma linguagem própria, muito para além da "imitação" do teatro (The Lonedale Operator, célebre pelo uso pioneiro do grande plano é de 1911, ano da morte de Mahler). Enfim, em 1913, Sigmund Freud publica Totem e Tabu.
A sinfonia mahleriana, habitada ou não pela "maldição da nona" (que ele próprio temia), é uma peça fulcral desse turbilhão de histórias que abrem para novas formas, porventura para a própria interrogação da noção de forma. Escutá-la pela Los Angeles Philarmonic, sob a direcção de Gustavo Dudamel, é também pressentir, ou melhor, revisitar as convulsões de um tempo em que, mesmo face à iminência da morte, tudo parecia ainda possível. Perguntamo-nos, aliás, se Mahler ainda organiza os seus andamentos a partir de temas (e variações) ou se cada andamento não passa a existir como uma demanda, simultaneamente musical e filosófica, de um tema que talvez não chegue a adquirir forma definitiva. Nessa perspectiva, Mahler estaria muito à frente do seu tempo, num lugar onde a própria medida do tempo merece ser discutida e reavalida. Dudamel é um dos seus mais extraordinários compagnons de route.

Sunday, June 24, 2012

Pelos discos de Gustavo Dudamel (3)


Depois de dois primeiros discos nos quais dirigiu obras de Beethoven e Mahler e de uma estreia na série digital da Deutsche Grammophon com Bartók, Gustavo Dudamel editou em 2008 o disco que não só se transformaria na mais evidente marca da sua assinatura como é ainda, até ao momento, o mais elogiado dos títulos que editou. Trata-se de Fiesta, no qual a Orquestra Sinfónica Juvenil Simon Bolívar interpreta obras de compositores latino-americanos do século XX, de Revueltas a Ginastera, de Carreño a Castellanos, com o Mambo de Bernstein a fechar o alinhamento. Peças que a orquestra tem usado em encores nos seus concertos e que, como o título sugere, levam a festa às salas onde se apresentam.

Monday, September 5, 2011

Em directo, para o grande ecrã

A Los Angeles Philharmonic, que nos visitou este fim de semana, vai iniciar este ano um programa de transmissões de concertos seus para salas de cinema (para já apenas nos EUA e Canadá). Ao todo serão 450 os ecrãs a ver Gustavo Dudamel a dirigir a orquestra em obras de Beethoven, Brahms e Tchaikovsky.

Saturday, July 16, 2011

Pelos discos de Gustavo Dudamel (2)


O segundo episódio na vida discográfica de Gustavo Dudamel levou o maestro a gravar, com a Orquestra Sinfónica Juvenil Simón Bolívar, a Sinfonia Nº 5 de Gustav Mahler. A obra do compositor tem merecido particular atenção do maestro desde então.