Wednesday, January 30, 2013

As mesmas bicicletas (mas para dançar)

Discografia Kraftwerk - 28
'Tour de France (remix)' (single), 1983



Um ano depois da edição original do single, Tour de France regressou aos escaparates das novidades em alguns territórios numa edição disponível em sete e doze polegadas, de novo trazendo uma remistura assinada por François Kevorkian que vincava a matriz rítmica da composição. A edição do novo single surge ainda associada à banda sonora do filme Breakdance, que incluía este tema dos Kraftwerk. No lado B do single surgia uma outra versão da mesma canção.

Sunday, January 27, 2013

Canções do ano (15)Robyn, Dancing On My Own


Prometeu e cumpriu. Três discos num mesmo ano, afirmando o tríptico a que deu o título Body Talk como um cativante encontro entre as linguagens da pop e as da música de dança. Robyn confirmou um estatuto em ascensão e em 2010 inscreveu várias canções na banda sonora das fundamentais do ano. Uma delas foi este Dancing On MY Own.

Friday, January 25, 2013

12" Joseph's Studio Bristol Falls LED Lighted Snow Top Lamp Post Figure



List Price: $0.00
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Product Description

From the Bristol Falls Collection by Joseph's Studio
Item #36587

Add a touch of nostalgia to your Bristol Falls collection
Wrought-iron look lamp post is LED lighted (batteries included)
Accented with iridescent glitter "snow"

Dimensions: 12"H x 2.5"W x 2.5"D
Material(s): plastic/metal


Video - Breaking News Videos from CNN.com Rep. Rohrabacher: Trust CIA, not ObamaRep. Rohrabacher: Don't trust Obama Culture, Entertainment and Art - Telegraph The Dark Earth and the Light Sky, Almeida Theatre, review. Nick Dears searching new play makes you feel like you are meeting its subject, poet Edward Thomas ... Geocaching > Hide and Seek a Geocache > Unpublished Geocache Geocaching is a treasure hunting game where you use a GPS to hide and seek containers with other participants in the activity. Geocaching.com is the listing service ... Battery operated lamp post in Christmas Decor - Compare Prices ... 63 items. Find huge savings on Battery operated lamp post. Compare Prices & Read Reviews on Christmas Decor, including top brands such as at Bizrate.com. Lamp Post Tops - Compare Prices, Reviews and Buy at Nextag The LED-8018 compact outdoor post top/flood lamp is fully encapsulated , 20 Watt, 100-277 Volt, E27 mounting that integ rates energy saving LED technology into a ... Topic Galleries -- OrlandoSentinel.com Topic galleries provide easy access to stories and photos about people, places, organizations, events and subjects of interest to you. They bring together rich ... Apple - Start Apple hot news, launches, apple events, movie trailers and iTunes this week. Celebrity News Celebrity Gossip - Yahoo! omg! Get the latest celebrity news from Yahoo! omg! Find the latest news about the Hollywood celebrities with videos and photos GREEN MM - Social Web Research Tool Stay up-to-date. Socialize with us! We strive to bring you the latest from the entire web. Lighted lamp post in Christmas Decor - Compare Prices, Read ... 225 items. Find huge savings on Lighted lamp post. Compare Prices & Read Reviews on Christmas Decor, including top brands such as Roman and Improvements at Bizrate.com.

Tuesday, January 22, 2013

O pensamento normalizado do cinema

"O cinema é uma invenção sem futuro."
— a frase de Louis Lumière citada em Le Mépris/O Desprezo (1963), de Jean-Luc Godard
1. Numa procura na Net, sou conduzido à versão portuguesa do IMDB e, através desse site, a um texto sobre o filme Burlesque, publicado no blog Portal de Cinema. Cito o começo: "Os ilustres musicais Moulin Rouge! (2001), Chicago (2002) e Nine (2009) são raros exemplos de recentes musicais norte-americanos que realmente convenceram a crítica com a sua qualidade narrativa e musical."

2. De que falamos quando resumimos assim as opiniões da "crítica"?

3. Há dois ou três factos objectivos que vale a pena recordar. Entre muitas outras hipóteses, lembremos: a desencantada crítica de Nine publicada no New York Times; o indignado texto do Le Monde que considera o filme "insultuoso" em relação ao cinema italiano que nele se evoca; enfim, se me permitem, algumas linhas algo cépticas publicadas no Diário de Notícias e reproduzidas neste mesmo blog.

4. Não quero, no entanto, favorecer a ideia de que o problema é a discussão dos méritos ou deméritos de Nine (ou qualquer um dos títulos citados). Nem se trata de lançar qualquer anátema sobre o blog onde o texto surgiu — ninguém duvida que os seus responsáveis trabalham com empenho e dedicação, procurando celebrar o cinema e a sua diversidade. O que está em causa é uma ideologia "informativa" de que o referido blog é apenas um elo circunstancial.

5. O que prevalece (e, mais do que nunca, importa questionar) é essa noção pueril segundo a qual é possível resumir o labor da "crítica" através de generalizações deste género — "eles" disseram bem/mal do filme.

6. Ora, o ponto é que não há nenhuma razão conceptual, filosófica ou argumentativa que justifique tais generalizações. Mesmo quando um filme parece suscitar formas de unanimidade, existem sempre profundas diferenças de tom, perspectiva e linguagem no modo como se relacionam com o filme — e, mais do que isso, no modo como apostam em estabelecer uma relação com o seu leitor. A palavra decisiva é sempre essa: relação.

7. Um dos filmes que, em tempos recentes, gerou mais leituras realmente complexas e motivadoras foi A Rede Social. Leia-se, por exemplo, a crítica publicada pela Rolling Stone, a par da do Libération. Concluir apenas que ambas dizem "bem" do filme acaba por ser uma menorização das singularidades de pensamento de cada uma delas — e, no limite, das singularidades do próprio filme.

8. Sites como o IMDB (ou, por exemplo, o Rotten Tomatoes) passaram a desempenhar uma função normativa do pensamento do cinema e sobre o cinema — em boa verdade, obedecendo a uma ideologia da quantificação que, nas suas raízes, difere pouco da que, habitualmente, enquadra os números das audiências televisivas. Mesmo que possamos valorizar algumas componentes de tais sites (pela acumulação de informação mais ou menos útil, embora trabalhada segundo matrizes muito esquemáticas), quando tudo se resume a generalizações deste tipo, a começar pela caracterização da "crítica" como um rebanho, isso significa que já ninguém pensa as próprias diferenças que nos aproximam e separam — até porque é a partir de tais diferenças que qualquer diálogo inteligente se pode desenvolver.

9. Num espaço de intervenção sobre o cinema em que a crítica não passa de uma caução para proclamar que os filmes são "bons" ou "maus" (como se cada espectador não tivesse cabeça para pensar por si), então a cinefilia definha — em boa verdade, morre.

Saturday, January 19, 2013

E eis que começam os prémios...

Começa a temporada dos prémios de cinema. E The Social Network, de David Fincher, acaba de ser designado como filme do ano pela Los Angeles Film Critics Association. David Fincher partilhou com Olivier Assayas (este com Carlos) a distinção de Melhor Realizador. Colin Firth foi Melhor Actor pelo seu papel em The King’s Speech. A Melhor Actriz foi Kim Hye-ja, no filme sul-coreano Mother. Toy Story 3 venceu na categoria de melhor filme de animação.

Monday, January 14, 2013

"Don't ask, don't tell": uma história americana

Cartoon de CHAN LOWE
Sun Sentinel (Florida)

Numa altura em que (com ou sem WikiLeaks) muitos discursos nos querem fazer ver a América como um bloco imóvel e maligno, importa sublinhar a notícia de uma recente votação (63 votos contra 33) no Senado norte-americano: assim, foi decidido pôr fim à legislação que impedia que aqueles que demonstrassem "uma propensão para tentar praticar ou envolver-se em actos homossexuais" prestassem serviço nas forças armadas dos EUA [ver, em baixo, video da CNN].
Celebrando o facto de gays e lésbicas já "não terem que se esconder", o Presidente Barack Obama resumiu o valor simbólico da decisão, lembrando: "A luta pelos direitos civis — uma luta que continua — já não precisará de incluir este."
Na prática, mesmo se os efeitos da medida só serão sensíveis daqui a alguns meses, termina assim uma atitude de ocultação e silêncio que ficou resumida na célebre expressão por que era conhecida a legislação agora anulada: "Don't ask, don't tell" (à letra: "Não perguntes, não digas"). É uma história americana que, em última instância, transcende qualquer fronteira nacional. Em boa verdade, esse é um desafio de muitas das convulsões do mundo contemporâneo: o de nos fazer viver, e pensar o nosso viver, para além do conceito clássico de nação. E também para além de qualquer visão formatada da sexualidade — aliás, das sexualidades.

Saturday, January 12, 2013

Luzes na noite

Discografia Kraftwerk - 20
'Neon Lights' (maxi-single), 1978


Terceiro single extraído do álbum The Man Machine, o tema Neon Lighs começou por surgir no lado B de Das Model, mas acabaria pouco depois por conhecer ‘upgrade’ a outro patamar de protagonismo. Canção bem estruturada, firme numa arquitectura rítmica bem definida mas sem o apelo imediato da pop de The Model ou a alma dançável de The Robots, Neon Lighs é contudo mais um claro exemplo de uma linguagem que dominou as ferramentas ao seu serviço e as aplica agora à invenção de uma nova visão para o formato da canção. Neon Lights foi editado no formato de máxi-single, em 12 polegadas, com Trans Europe Express e The Model no lado B. O disco foi impresso em vinil luminoso.



Imagens do teledisco que então acompanhou o lançamento em single do tema Neon Ligths.

Sunday, January 6, 2013

E lá derrotaram o silêncio...


Fracassou a tentativa de fazer do silêncio o número um deste Natal no top de singles do Reino Unido. Seguindo o modelo de uma campanha lançada via Facebook que, há um ano, levou uma canção dos Rage Against The Machine ao primeiro lugar, derrotando assim a concorrência temática da quadra e os discos dos concorrentes dos concursos de “talentos” televisivos, uma outra foi este ano lançada para fazer de uma versão do “clássico” 4’33” de John Cage (na verdade uma reflexão conceptual sobre o silêncio) o número um natalício. Com o título Cage Against The Machine não foi além do nº 21 na tabela de singles, os ingleses tendo antes dado o nº 1 a um concorrente de um programa de TV. Mesmo assim, não deixa de ser curioso ver uma obra de John Cage no top! E, claro, nunca antes um single inteiramente fito de silêncio, vendera tantos... discos.

Friday, January 4, 2013

Em conversa: Twin Shadow (3)


Continuamos a publicação de uma entrevista com Twin Shadow que serviu de base ao artigo ‘Com casa em Brooklyn mas a olhar o mundo’ publicado na edição de 13 de Novembro do DN Gente.

O teledisco de Castles In The Snow foi filmado em São Paulo…
Sim foi filmado no Brasil, em São Paulo. Não tive qualquer participação criativa naquele vídeo. O Jamie Hurley era um fã. Conhecia algum do seu trabalho. Ofereceu-se para fazer um teledisco. Eu não tinha tempo para fazer um, e ele mandou aquele. É perfeito… Ele ligou-se mesmo a algo que faz parte de mim e que admiro. E captou mesmo a energia da canção.

Parece recordar figuras a caminho de um qualquer concerto no CBGB em tempos idos. Chegou a conhecer e viver aquele clube mítico, que agora é uma loja de roupa?
Estive nessa loja de roupa há dias. Ainda não tinha entrado para ver o que tinham lá dentro. É estranho. Mas gosto desta ideia de ver o mundo a avançar porque está vivo. Detesto a ideia do mundo como um museu. Daqui a 100 anos alguém fizer um museu sobre Twin Shadow e o movimento em Brooklyn em 2010… O que é que se pode fazer enquanto ainda houver espaço no mundo?... A vida vive por si. Se um lugar como o CBGB tinha de morrer porque o movimento tinha que morrer, a música tinha de morrer… Mas há algo interessante a acontecer ao virar da esquina e as pessoas devem é ansiar por isso mesmo. Em vez de pensar em quão preciso o seu passado foi.

Ou seja, entende a memória como um ponto de partida e não como um fim em si?
Não o teria dito melhor… Muita gente diz que a minha música é nostálgica e não sinto nada isso.

O que mais ouve dizer sobre a sua música? E como reage?
Estou a gostar. É espantoso… É um sonho feito realidade. Porque desde antes de ter 16 anos era o que eu queria. Espero que as pessoas falem de mim porque estejam interessadas na música. E não porque tenham um trabalho numa agência e tenham de fazer com que se fale dela. Gosto de falar com as pessoas sobre música.

É como uma paixão a partilhar?
Sem dúvida. E sendo universal, todos podemos falar sobre música. Tenho a sorte de viver numa altura onde receber um telefonema de Portugal não é invulgar. E posso falar com pessoas de lugares onde nunca estive.

E o que sente quando ouve alguém a dizer algo sobre a música que não tenha nada a ver com o que pensa dela?
Sim, há sempre isso… Não achava que ia ter tantas referências aos anos 80. Não achava que tanta gente pensasse que Morrissey era o meu herói… OK, não me importo… Pensem o que queiram… Têm essa liberdade…

Tem heróis?
Já não tenho.

Desistiu de ter heróis?
Já não acredito nessa palavra. Penso que há grandes homens e grandes mulheres, houve grandes pessoas. Mas passei muita da minha juventude a olhar para o John Lennon como cantautor e intérprete. E, como tantos, apercebi-me que era apenas um homem… Mas não sei… Mas não olho para ninguém para o encarar como herói…

Acha, por exemplo, que muitos americanos não votaram recentemente nos democratas (nas eleições intercalares) porque, eventualmente, deixaram de ver Obama como um herói?
Penso que o problema foi que ele não era na verdade um herói. É uma pessoa que está a tentar agradar a todos… Quando se tem um herói há demasiado idealismo. Acham que o super-homem os vai apanhar sempre que tenham uma queda…

Tuesday, January 1, 2013

Na morte de Carlos Castro


RENÉ MAGRITTE
A Arte da Conversação
1950

1. A morte do jornalista Carlos Castro, em Nova Iorque, é suficientemente chocante para aconselhar alguma contenção de palavras. O simples pudor implica resistir ao ruído mediático que se instalou, tanto mais que os respectivos discursos envolvem, não poucas vezes, uma lógica de obsceno tribunal popular ou ainda as mais torpes manifestações homofóbicas.

2. Como manifestação colateral, em particular na blogosfera, temos assistido à difusão de um discurso que a si mesmo se apresenta como pedagógico e construtivo. Ou seja, a figura de Renato Seabra (modelo, participante do concurso televisivo À Procura de um Sonho) tem levado à instalação de um curioso fenómeno transversal: seria preciso questionar os valores da fama promovidos pela nossa sociedade mediática...
Dir-se-ia que, para alguns, foi preciso a notícia de uma morte violenta para concluirem que talvez seja altura de questionarmos o mediatismo da fama com que todos os dias somos bombardeados... Ingenuidade ou hipocrisia? De facto, não importa. Muito para além do que aconteceu, ou não aconteceu, entre Carlos Castro e Renato Seabra, a ditadura dos famosos em que vivemos (ou nos obrigam a viver) é um fenómeno cultural cuja brutalidade há muito tempo importa desmontar — em boa verdade, há pelo menos uma década, desde que no ano 2000, através do Big Brother, a sociedade portuguesa começou a ser massacrada pela violência estética e moral dos reality shows.

3. Não se trata de supor, muito menos sugerir, que Carlos Castro morreu por causa dos ideólogos da fama — tal determinismo serviria apenas para prolongar o sórdido maniqueísmo com que esses mesmos ideólogos tratam os mais incautos cidadãos. Trata-se, isso sim, de lembrar que uma sociedade fundamentada na suposta transcendência dos famosos só pode ser uma sociedade cada vez mais desumanizada. Não é preciso morrer ninguém para o compreendermos — basta observar como se vive mal.